domingo, 12 de outubro de 2014




















Mais um outono na minha vida
Mais uma vez a estação deprimente
Um tapete de folhas que tapam o chão
Uma cortina de nuvens tapando o sol quente
A cidade nublada, o ceu cinzento
Goteiras que pingam molhando a gente

Fico deprimida sem te ver minha estrela
Que falta me fazes para me animar
Se ao menos a vida fosse bem mais grata
E me desse bons motivos para cantar
Se ao menos a felicidade não tivesse preço
Se ao menos a ti eu te pudesse achar

"É impossível ser feliz sozinho"
Diz a letra de uma linda canção
Eu duvidava e ria ao ouvi-la
Porém hoje tenho que lhe dar razão
Nem só a boca precisa de alimento
È preciso alimentar também o coração

Mas há uma outra frase que relembro
"Mais vale só que mal acompanhado"
E dos dois mundos qual o que preferimos
Sempre o que não temos e que é o sonhado
Ainda que esse não seja o ideal
Sempre o que não temos é mais desejado

E a provar o quão dificil é ter o que idealizamos
São as saudades do "antes" quando vem o  "depois"
Se estamos sós lamentamos a solidão
Se estamos juntos não valorizamos a "vida a dois"
Porque se primeiro vem a plenitude da felicidade
A dificuldade da partilha vem logo depois

E estes são devaneios noturnos
Numa outonal noite de solidão
São desabafos, pensamentos soturnos
Palavras escritas com o coração...




sexta-feira, 4 de outubro de 2013

Outono



Dias cinzentos e tristes
Arvores despidas, sem cor
Pássaros rumo ao desconhecido
Por já terem pressentido
Que foi embora o calor

Tempo de melancolia
Triste e tão deprimente
Nuvens cinzentas passeiam
E meus sentidos anseiam
Que venha o verão novamente

Folhas caídas no chão
Arvores despidas sem pudor
Que fazer ao meu coração
Que sente os sinais de cada estação
E partilha desta dor…

Outono, estação sombria
E cheiro a terra molhada
Não tardes a ir embora
Para que esta alma que chora
Fique um pouco mais confortada
Que placebo foi ouvir tua voz
Que tratou, em parte, a ausência de ti
Mandei-te embora mas sofro de saudade
Pensei que poderia ficar só com a amizade
Mas dos teus carinhos eu não me esqueci

Ainda não esqueci as doces palavras
Com que brindavas meus tristes momentos
E mesmo agora sabendo que mentias
E que era falso aquilo que dizias
Ainda sonho com esses momentos

Pergunto-me em vão porque me sinto assim
Porque teima o sentimento em sobreviver
Num cenário novo em que tudo acabou
E onde a flor que despontava, murchou
E perdeu seu fulgor para sobreviver

E em vão recordo tudo o que ganhei
E em vão recordo tudo o que perdi
Foste a felicidade com sabor a fel
Foste um feitiço, foste bem cruel
E em vão continuo a pensar em ti

terça-feira, 10 de setembro de 2013

Confluência
 (termo que define a junção de dois ou mais rios ou a convergência para um determinado ponto)

Nossa vida corre como um rio que segue o seu curso, fluindo por entre pedras e obstáculos, por entre montanhas e vales… Há águas paradas que ao verem o rio a fluir na sua plenitude, acabam por se lhe juntar e aproveitam a sua boleia para acabar com a monotonia da imobilidade onde estavam estagnadas. E o rio prossegue, mais rápido e poderoso, porque ficou mais cheio e com mais força para enfrentar as dificuldades. Porém, muitas dessas águas estagnadas que se lhe juntaram, não têm a robustez desse rio e vão voltar a estagnar porque não são capazes de acompanhar a sua corrente.
Tal como o rio, também nós seguimos o nosso curso e nos fortalecemos com aqueles que se nos juntam ao longo da vida e com os que nos ajudam a ultrapassar as dificuldades. Tal como o rio, também nós somos surpreendidos por aqueles que se juntam a nós para connosco trilhar o caminho que nos levará… Tal como o rio, também muitos dos que se juntam a nós ao longo do percurso vão acabar por ficar para trás porque são incapazes de prosseguir e contornar os obstáculos, enquanto há outros que ficarão connosco até…
Tu… sim és tu! Tu que te juntaste ao fluxo da minha corrente não és água estagnada que encontrei no meu curso normal, és antes um outro rio que seguia o seu curso e fluía naturalmente e que ao cruzar-se comigo se lhe juntou, formando uma torrente ilimitada e poderosa que aparentemente nenhum obstáculo vai conseguir suster. Sinto que precisavas de mim para prosseguir, tal como eu precisava de ti para continuar, encontrámo-nos e juntos vamos seguir o nosso curso, contornando os obstáculos e fortalecendo-nos um ao outro até…
É o que sinto, um feeling que tenho e o que me vai na alma presentemente. Feelings são feelings e nada mais! São inexplicáveis! Os feelings são coisas do género feminino que o género masculino desconhece e não consegue entender. Não fizemos nada para acelerar ou apressar a torrente do nosso rio, ainda assim ele vai, vai por aí veloz contornando o que encontra no seu caminho. E pergunto-me, meditando, se este rio não estará a correr rápido demais, demasiado veloz, se não se estará a precipitar na sua trajetória contudo, acabo por concluir que a única coisa que fizemos para lhe imprimir tal velocidade foi cruzarmo-nos e querermos caminhar juntos, sem estratégias, sem subterfúgios, apenas e só porque assim somos felizes…

E se assim é, é porque esta é a velocidade e a trajetória natural deste rio…
 
 
 
 

 
 


NAQUELE MOMENTO
NAQUELE DIA
NAQUELE TEMPO…
MOMENTOS DE ALEGRIA
MOMENTOS DE SEDUÇÃO
CORPOS ENTRELAÇADOS
GESTOS DE PAIXÃO...
DESEJOS CONSUMADOS
LINGUAS EM PERDIÇÃO
OLHARES ARDENTES
PRAZERES ESCONDIDOS
LABIOS QUE NÃO MENTEM
SUORES ESCORRIDOS…
NA CAMA DESFEITA
TUDO TEM MAIS COR
ENVOLVIDOS QUE ESTAMOS
EM SEDUÇÃO E AMOR

Poema da autoria de: TB e JC
 

domingo, 1 de setembro de 2013



Se duas vontades se juntam…

Se duas vontades se juntam
Tudo pode acontecer
A conversa numa esplanada
A sobremesa partilhada
A cumplicidade a crescer

Pode acontecer a música
Ao sabor de uma bebida
E entre os olhares trocados
E os sorrisos partilhados
Há uma existência vivida  

E ao contemplar rio e lua
Nesse lindo anoitecer
Há ternura partilhada
Há a certeza firmada
De que:
 

Se duas vontades se juntam
            Tudo pode acontecer
  Agosto/2013

sábado, 31 de agosto de 2013

E tu onde estás quando te procuro
Quando sinto a falta do carinho teu?
Olho á minha volta e é tudo tão escuro
Como se vivesse por detrás de um muro
E nem conseguisse avistar o céu
E tu onde estás quando eu mais preciso
Quando sinto o peito desfalecer de dor?
Estás algures no mundo vivendo feliz
Dando a outro alguém tudo o que eu mais quis
E pensava eu que tudo era amor
E vou caminhando pois que tem que ser
Lamentando a vida que ficou para trás
Recordando o bom que já pude ter
A felicidade que me fizeste viver
E me perguntando “E tu onde estás?”
Ago/2013